Chega um momento em que silenciar dói mais do que gritar.
Em que reprimir arde mais do que queimar.
Em que tentar se encaixar já não é opção — porque tua alma pulsa por verdade, tua carne pede espaço e tua luz não cabe mais no canto onde te colocaram.
Esse é o chamado do fogo.
O fogo que não pede licença.
Que não espera que o mundo te entenda.
Que não se adapta — transmuta.
Chega para queimar as cascas, as máscaras, os medos herdados, as vozes que você carregou por medo de ser rejeitada.
Chega para libertar a tua essência da prisão do agrado, da contenção, da culpa por ser demais.
Ateie fogo.
Naquilo que não te honra.
No relacionamento que te apaga.
Na rotina que te adoece.
Nas palavras que te diminuem.
Nas versões tuas que sobreviveram à custa da tua inteireza.
Sim, mulher. É tempo de incêndio.
De transformar a vida em altar vivo, não em cela confortável.
De parar de acender velas em santuários alheios, e fazer do teu corpo o teu próprio templo.
Queima o que não vibra.
Queima o que não pulsa.
Queima o que não celebra a tua dança.
Porque só quando você se permite queimar, é que descobre o que em você é inalterável.
O que não vira cinza.
O que é osso, sangue, alma, e espírito de fogo.
Procure aqueles que gostem de você em chamas
Nem todos vão suportar teu calor.
Nem todos vão compreender tua intensidade, tua expansão, tua verdade que não se curva.
Alguns vão te querer mais fria, mais controlada, mais silenciosa.
Outros vão tentar apagar teus brilhos um a um, como se tua luz fosse uma ameaça.
Mas há quem olhe para ti em chamas e diga:
"Essa mulher me cura só por ser quem é."
Há quem não fuja do fogo — mas dance ao redor dele contigo.
Gente que não quer tua versão domesticada, mas tua alma em carne viva.
Que vê no teu fogo a centelha do divino.
Que reconhece tua potência como medicina, e não como perigo.
E é com essas pessoas que você deve caminhar.
As que não te podam — te celebram.
As que não te temem — te acolhem.
As que não te manipulam — te inspiram a voar.
As que não se incomodam com tua grandeza — porque já descobriram a delas.
Ser fogo é ser verdadeira
O fogo queima — mas também ilumina.
Destrói — mas também purifica.
Arde — mas também aquece.
Ser mulher em chamas é ser inteira.
É ser quem não pede mais desculpas por existir em voz alta.
É ser aquela que lidera não pelo controle, mas pelo magnetismo da presença.
E se for pra ser rejeitada, que seja sendo você por inteiro — e não uma sombra tímida da tua verdade.
E se for pra ser amada, que seja com os dois pés no teu templo em chamas.
E se for pra viver, que seja em estado de combustão da alma — não de sobrevivência.
Mulher, acenda-se. E permaneça acesa.
Não apague tua chama pra caber.
Não diminua tua luz pra agradar.
Não recue tua dança por medo do julgamento.
Não abandone teu caminho pra seguir trilhas alheias.
A vida é muito sagrada pra ser morna.
O amor é muito poderoso pra ser condicionado.
E você…
Ah, você é feita de estrelas, vulcões e orações ancestrais.
Você é fogo que lembra, fogo que transforma, fogo que cria.
Então…
Ateie fogo.
E chame quem tiver coragem de te amar em combustão.
Com amor e brasas,
Dona Yoni